terça-feira, 21 de junho de 2011

Catadoras de Lixo e o Artesanato com Material Reciclável.

Os catadores de lixo buscam outras formas de sobrevivência diferente daquelas que estão postas pelo sistema técnico-produtivo, o que não significa que estão sendo autônomos no seu processo de sobrevivência, só buscaram tal alternativa porque não conseguiram se incluir nos padrões estabelecidos pelo sistema. Assim, os desempregados encontram no lixo uma estratégia de sobrevivência e os catadores de materiais recicláveis, na busca de sua inserção no mundo social e do trabalho, realizam uma atividade benéfica para a sociedade, que é a preservação e conservação do meio ambiente e fazem do lixo uma forma de obter renda para o próprio sustento.
Em estudo feito em Uberaba foi contatado que as mulheres são mais caprichosas do que os homens, o que faz com que quase todo o material colhido por ela seja aproveitável. Dessa forma, em diversas cooperativas de catadores de lixo, como a Cataguá, são formados grupos de mulheres que dedicam parte do seu tempo de catação e de lazer ao artesanato. Além de proporcionar uma fonte de renda extra, e um momento de relaxamento o artesanato possibilita a essas mulheres um período de afastamento da catação no lixo. Período esse benéfico à saúde das cooperadas visto que são inúmeros os riscos à saúde existentes na atividade de catação no lixo. Os catadores são desprovidos de garantias trabalhistas que os amparem, principalmente em condições de acidentes do trabalho, doenças, aposentadoria, décimo terceiro e seguro desemprego. Além disso, são mal remunerados, vítimas de preconceitos e não são reconhecidos.
Dessa forma, percebemos a catação e o artesanato como formas de aprendizado e empoderamento das cooperadas, o que ficou registrado no depoimento de uma delas: “eu busco mostrar para os cooperados que do lixo a gente pode tirar muito mais de que a renda, do lixo a gente tira cidadania”.
Fotos do ateliê das cooperadas cataguá:



Referências:
Ferreira, Simone de Loiola. Os “Catadores do Lixo” na construção de uma nova cultura: a de separar o lixo e da consciência ambiental. Quadrimestral – N° 7 – Ago/Set/Out/Nov – Maringá/Paraná – Brasil – ISSN – 1519.6178
Medeiros, L.F.R.; Macedo, K.B. “Catador de material reciclável: uma profissão para além da sobrevivência?” Psicologia & Sociedade; 18 (2): 62-71; mai./ago. 2006


Postado por: Mariana Torres e Kelly Cristtine.

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