segunda-feira, 27 de junho de 2011

Especialistas dizem que falta vontade política para vencer Aids.


     A falta de vontade política e o preconceito são dois dos principais obstáculos na luta contra a AIDS, uma doença que mata cinco mil pessoas por dia.Algumas declarações foram feitas em Viena pelos responsáveis da Conferência Internacional sobre a Aids realizada em julho de 2010. O encontro buscou chamar atenção sobre a necessidade de redobrar os esforços contra a epidemia e também quer que o respeito aos direitos humanos seja uma prioridade absoluta.
     O presidente da conferência e diretor da Sociedade Internacional da Aids Julio Montaner afirmou que "Hoje em dia temos as ferramentas para parar o HIV/Aids e se não fizermos isso é porque não fomos capazes de mobilizar a vontade política necessária", Ele argumentou que, inclusive, se as pesquisas para achar uma cura fossem interrompidas, a doença poderia ser vencida aplicando os conhecimentos que já temos.
Montaner recriminou os países mais ricos, que tem descumprido as promessas de conseguir para até o ano passado o acesso universal aos tratamentos contra a Aids e aos programas de prevenção.
     A conferência também trouxe o interesse na relação entre direitos humanos e Aids. "Direitos aqui, agora" foi o lema de uma das mesas do encontro, contou com a presença de 25 mil especialistas.
Michel Sibidé, diretor-executivo do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Aids. afirmou que nos últimos anos os recursos contra a Aids passaram para US$ 16 bilhões, o que permitiu multiplicar por dez o número de pessoas em tratamento.O especialista lembrou que "a Aids não terminou" e pôs sobre a mesa os números da tragédia: sete mil infecções a cada dia e 400 mil bebês que nascem infectados ao ano na África.
Sibidé alertou também contra a criminalização das vítimas da Aids, especialmente dos homossexuais, prostitutas e drogados. E acredita que "Foi  uma conferência para pedir mais justiça social",
      "A luta contra a Aids está impedida por critérios, sejam religiosos, dogmáticos ou políticos, que não têm nada a ver quando estamos falando de saúde pública", disse Montaner.
"Se não enfrentarmos este problema, continentes serão devastados e como resultado teremos guerras e instabilidade social. Vamos pagar um preço que não podemos nos permitir", advertiu.


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